POR UMA REVOLUÇÃO NO FUTEBOL EM PORTUGAL
POR UMA REVOLUÇÃO NO FUTEBOL EM PORTUGAL DIAGNÓSTICO A decadência do Futebol em Portugal, mais do que um reflexo da crise económica mundial, resulta da falência do modelo vigente. As entidades responsáveis, demonstrando a sua incapacidade para defender o interesse dos Clubes na gestão do negócio, não promovem nem valorizam devidamente o espectáculo. A ausência de regulamentação sobre o controlo desportivo e económico dos Clubes, permite situações de ruptura financeira que perturbam o normal desenvolvimento das competições. A manutenção do monopólio dos direitos de transmissão televisiva, acordados por cada Clube em contratos de longa duração, subvaloriza as receitas geradas pelo Futebol. A falta de um modelo centralizado de gestão que reconheça a igualdade de oportunidades e promova uma distribuição justa das receitas de marketing, debilita as competições em geral e os Clubes de menor dimensão em particular. Atormentados por graves problemas financeiros e sem novos meios geradores de receita, os Clubes vivem em crescente dificuldade, estando muitos em risco de abandonar as competições profissionais por falta de sustentabilidade. A fraca competitividade deste sistema, para além de desvalorizar as competições internas, prejudica os Clubes portugueses nas competições europeias e, acima de tudo, não estimula a formação e afirmação de novos talentos, fundamental para a qualidade da Selecção Nacional. O afastamento dos adeptos, materializado em baixas médias de assistência aos jogos, revela a falta de organização, competitividade e credibilidade do nosso Futebol. Enquanto espectáculo, o Futebol em Portugal não tem capacidade para seduzir as Famílias, por inadequação de horários, fraca qualidade dos jogos e frequentes atentados à verdade desportiva, entre outras razões. A comunicação social desportiva, nomeadamente os jornais diários e os diversos espaços televisivos e radiofónicos de notícias e debate, dedicam uma atenção quase exclusiva aos três Clubes de maior dimensão, relegando para último plano todos os restantes. Não obstante a admissibilidade deste critério, tendo em atenção a representatividade daqueles emblemas, esta excessiva visibilidade provoca uma distorção de oportunidades e influencia decisivamente a qualidade das competições, reflectindo-se nomeadamente no interesse dos patrocinadores e até na pressão exercida sobre a Arbitragem, uma vez que quem julga e decide, sabe bem das diferentes consequências de errar em prejuízo de uns ou de outros. Esta obcessão, unicamente movida por interesses económicos, também está a matar o Futebol. Reconhecendo o historial e a representatividade dos três Clubes nacionais com mais adeptos, todos os outros são igualmente importantes para a realização das competições. Sem eles, não há Futebol em Portugal. OBJECTIVO Revolucionar o Futebol profissional em Portugal, pela implementação de um novo modelo de gestão, financiamento e organização. PROPOSTAS As propostas aqui apresentadas não são originais, até porque algumas já estão implementadas no Futebol Europeu, sendo defendidas ao nível nacional por vários especialistas. Nesta Petição reunimos as medidas que consideramos fundamentais para uma verdadeira Revolução no Futebol em Portugal: ► Criação de um organismo governamental responsável pela controlo permanente da gestão financeira dos Clubes, com capacidade para penalizar o incumprimento de obrigações assumidas no início de cada época desportiva. ► Centralização da gestão das receitas de marketing associadas às competições oficiais, com especial destaque para a negociação colectiva dos direitos de transmissão televisiva dos jogos, tal como já acontece em países como a Inglaterra, França, Itália e Alemanha. A adjudicação dos direitos de transmissão deve resultar de um concurso público aberto a todos os operadores de mercado, por forma a permitir a livre concorrência e a justa valorização de um grande espectáculo como o Futebol. A principal parcela das receitas provenientes desta negociação deve ser distribuida de forma equitativa pelos Clubes, reconhecendo a igualdade e importância de todos os participantes na competição. A classificação obtida, a média de assistências e os níveis de audiência televisiva de cada Clube devem ser critérios a considerar na repartição do restante valor. Exemplo de repartição de receitas: - 50% a dividir em partes iguais por todos os Clubes - 30% a dividir de acordo com a classificação dos Clubes na época anterior - 20% a dividir de acordo com outros critérios determinados (média de assistências/níveis de audiência...) ► Integração obrigatória de uma maioria de jogadores portugueses no 11 inicial de cada equipa - regra 6+5 proposta pela FIFA e UEFA. ► Profissionalização da Arbitragem e introdução no jogo de meios complementares de análise que potenciem a verdade desportiva e credibilizem o Futebol. PROMOTORES Rui Martins da Silva e Jorge Pereira da Silva, Sócios do Clube de Futebol Estrela da Amadora e criadores do Movimento Sempre TRICOLORES, sem qualquer compromisso com antigos ou actuais dirigentes do Clube ou candidatos a tal. Assumir as nossas cores é uma questão de transparência e honestidade que em nada condiciona a independência e a abrangência desta Petição, criada em defesa do Futebol Profissional em Portugal. Assim, convidamos todos os adeptos Portugueses e muito em especial os que sentem as cores dos emblemas sem voz activa no sistema actual, para que, concordando com o diagnóstico da situação e acima de tudo com as propostas concretas para a realização do objectivo determinado, assinem esta Petição identificando o Clube da sua preferência. Para que o Futebol Português possa tornar-se um grande espectáculo de Família, desportivamente competitivo e financeiramente sustentável, há que criar condições para uma mudança profunda de estruturas e mentalidades. Só uma vasta congregação de vontades pode promover esta Revolução. COMPROMISSO Os promotores assumem o compromisso de fazer chegar esta petição aos responsáveis da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, Federação Portuguesa de Futebol e Liga Portuguesa de Futebol Profissional. 25.04.2009
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